culturas negras no mundo atlântico



sound system em salvador; luta de arena em dakar; performances no harlem, ny; carnaval em londres; cafés literários na martinica; emancipation celebration em trinidad; salões de beleza afro em paris; artes visuais em luanda; festival de vodum em uidá. a terceira diáspora é o deslocamento virtual de signos - discos, filmes, cabelos, slogans, gestos, modas, bandeiras, ritmos, ícones - provocado pelo circuito de comunicação da diáspora negra. potencializado pela globalização eletrônica e pela web, coloca em conexão digital os repertórios culturais de cidades atlânticas. uma primeira diáspora acontece com os deslocamentos do tráfico de africanos; uma segunda diáspora se dá pela via dos deslocamentos voluntários, com a migração e o vai-e-vem em massa de povos negros. diásporas_estéticas em movimento.
livros completos para download

livro 1


livro 2

quem sou eu

Minha foto
antropóloga, viajante e fotógrafa amadora, registro cenas do cotidiano em cidades negras das américas do norte e do sul, caribe, europa, áfrica e brasil, sobre as quais pesquiso, escrevo e realizo mostras audiovisuais. meu porto principal é salvador da bahia onde moro. Goli edits the blog www.terceiradiaspora.blogspot.com from Bahia Salvador, is a traveller and amateur photographer who recorded scenes of daily life in the atlantic cities about which she writes and directs audiovisual shows. She has a post-doctorate in urban anthropology and is the author of the book "The Plot of the Drums - african-pop music from Salvador" and "Third Diaspora - black cultures in the atlantic world".

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

"como escrever sobre a áfrica"

Binyavanga Wainaina é um escritor do Quênia. Como escrever sobre a África está na moda, não deixe de ler as dicas do irônico autor (extraídas da ffwMAG, n. 1, 2006):
1. Sempre use as palavras "África':"escuridão" ou "safari" em seu título. Os subtítulos podem incluir termos como "Zanzibar", "massai", "zulu","zambezi","Congo, "Nilo,"grande, "céu", "sombra" "tambor" "sol" ou "antigo";
2. Em seu texto, trate a África como se fosse um único país;
3· Nao se esqueça de mostrar como a música e o ritmo estão enraizados no fundo da alma dos africanos;
4. Mostre como eles comem coisas que nenhum outro humano come;
5. Deixe claro desde o início que você e um liberal. E o quanto ama a África, como se apaixonou pelo lugar e como nao pode viver sem ele;
6. Suas personagens podem ser guerreiros nus, serviçais leais, videntes e sabios anciões. Não deixe de incluir a "africana faminta", que perambula pelo campo de refugiados seminua e aguarda a benevolência do Ocidente;
7. O cidadão africano moderno é um homem gordo salafrario que trabalha no departamento de emissão de vistos;
8. As personagens devem ser coloridas, exóticas, maiores do que a vida - mas vazias por dentro, sem diálogos;
9. São temas tabus: cenas domésticas comuns, amor entre africanos (a nao ser que haja uma morte na história), referências a escritores africanos ou intelectuais e menção a crianças que frequentam escolas e nao sofrem de ebola;
10. Descreva, em detalhes, os peitos nus (jovens, velhos, conservadores, recém-estuprados, grandes, pequenos), os genitais mutilados ou os genitais avantajados;
11. Os animais devem ser tratados como seres complexos e bem delineados.
12. Os leitores vão ficar desapontados se voce nao mencionar a luz da Africa. E o pôr-do-sol: 0 crepúsculo na África é indispensável, sempre grandioso e vermelho;
13. Sempre termine seu texto com Nelson Mandela dizendo alguma coisa sobre arco-iris ou renascimento.

Marcadores

fontes

  • múltiplas

Arquivo do blog