culturas negras no mundo atlântico



sound system em salvador; luta de arena em dakar; performances no harlem, ny; carnaval em londres; cafés literários na martinica; emancipation celebration em trinidad; salões de beleza afro em paris; artes visuais em luanda; festival de vodum em uidá. a terceira diáspora é o deslocamento virtual de signos - discos, filmes, cabelos, slogans, gestos, modas, bandeiras, ritmos, ícones - provocado pelo circuito de comunicação da diáspora negra. potencializado pela globalização eletrônica e pela web, coloca em conexão digital os repertórios culturais de cidades atlânticas. uma primeira diáspora acontece com os deslocamentos do tráfico de africanos; uma segunda diáspora se dá pela via dos deslocamentos voluntários, com a migração e o vai-e-vem em massa de povos negros. diásporas_estéticas em movimento.
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antropóloga, viajante e fotógrafa amadora, registro cenas do cotidiano em cidades negras das américas do norte e do sul, caribe, europa, áfrica e brasil, sobre as quais pesquiso, escrevo e realizo mostras audiovisuais. meu porto principal é salvador da bahia onde moro. Goli edits the blog www.terceiradiaspora.blogspot.com from Bahia Salvador, is a traveller and amateur photographer who recorded scenes of daily life in the atlantic cities about which she writes and directs audiovisual shows. She has a post-doctorate in urban anthropology and is the author of the book "The Plot of the Drums - african-pop music from Salvador" and "Third Diaspora - black cultures in the atlantic world".

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

vida de baye fall

dakar, 2009

Os baye fall são personagens bastante comuns nas ruas de Dakar, onde passam dias e noites pedindo a caridade das pessoas. Eles são uma dissidência do mouridismo - um tipo de islamismo que desafiou a colonização francesa e se desenvolveu em Gâmbia e no Senegal. Os baye fall [termo wolof] só trabalham em suas comunidades, casam entre si (as mulheres são yaye fall), não crêem em Maomé como profeta e seguem apenas o marabu Cheickh Ibra Fall, o sacerdote criador da confraria, dedicam-se a oração e ao jejum e adotam um figurino particular.


luanda pop

foto de kiluanji, kixima remix, 2008

“Luanda, ilustração viva do conceito de Caos e de Metamorfose, é em vários aspectos emblemática. Símbolo de uma África que tem ainda de lutar para afirmar sua liberdade e autonomia, Angola tem vindo a recompor-se. O Luanda pop é uma metáfora que dá nome a esta sede de se inscrever no mundo. Não se trata aqui de confinar este movimento num determinado espaço geográfico, antes pelo contrário. Trata-se, pela experiência que se constrói diante de nós, de escrever mais um capítulo. Trata-se de, enquadrando o movimento numa perspectica temporal, interligar os primeiros impulsos que desenharam os contornos de uma África possível, trata-se de afirmar, contrariamente ao que muitos pensam ou dizem, que o continente não é um espaço imóvel, nem o coração das trevas. A África é jovem.”

(Simon Njami. “A comoção de ser visto”. Luanda / suave e frenética1. Catálogo da exposição da abertura da II Trienal de Luanda no Brasil, Curadoria: Fernando Alvim. Solar Ferrão, Salvador, Nov. 2009).


terça-feira, 24 de novembro de 2009

desafiando fidel

o blog www.desdecuba.com/generationy da cubana yoani sanchez, nascida em havana em 1975, tem desafiado a censura da ilha com milhões de acessos mensais. segundo barack obama em entrevista concedida a yoani: "Seu blog oferece ao mundo uma oportunidade única para as realidades da vida cotidiana em Cuba. É revelador que a Internet tem, desde que você e outros corajosos blogueiros cubanos, sido uma saída para se expressar tão livremente, e aplaudo o seu esforço coletivo para capacitar compatriotas para expressar-se através do uso da tecnologia". ela combate pelo livre acesso dos cubanos à web. seu blog está repleto de filmes que mostram a vida cotidiana em havana. a editora contexto publicou os posts.

Ntozake Shange, amplamente americana


"Para Ntozake Shange, o Brasil não se resume nem a uma atração turística, nem a um ponto da diáspora africana. Mais que exotismo, beleza, história ou romance, o Brasil está no espírito da música que inspira seu trabalho, que toma posse do seu corpo e lhe dá movimento e ritmo. Na obra de Shange, cabeça e corpo se unem: a política e a dança são parte do mesmo todo, sem hierarquia ou discriminação. Ela própria insiste que "é preciso que se entenda que, quando faço teatro, o Haiti está em minha cabeça, mas é o Brasil que está nos meus quadris". Se o Haiti lhe dá inspiração e garra por seus grandes heróis e a memória da resistência revolucionária, o Brasil move seu corpo e seu espetáculo, emprestando força e beleza à luta na diáspora. De maneira geral, o interesse manifestado por pesquisadores e escritores negros dos Estados Unidos pelas coisas do Brasil faz parte da tentativa de reconstruir o passado e afirmar a identidade negra. Ao cruzar a fronteira e narrar sua viagem, Ntozake Shange resignifica sua história pessoal, racial, nacional, e nossa própria história, se traduz e nos traduz em seu teatro amplamente americano".
(Stelamaris Coser, Cruzando fronteiras: o Brasil nos versos de Ntozake Shange, 2004).


domingo, 22 de novembro de 2009

celebrando a consciência negra

iraque, jovem soteropolitano, celebrando a consciência negra a caminho da praça castro alves, na trigésima caminhada de salvador em 20 de novembro.
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

cores de saint louis



saint louis, cidade colonial do norte do senegal, próxima a fronteira com a mauritânia na áfrica ocidental foi a primeira capital do império colonial francês. hoje é considerada a cidade do jazz.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

remestiçando salvador


museu du ritmo, salvador, 2009

mariela santiago de salvador da bahia e mounira mitchala de ndjaména (capital do chade), durante suas performances no festival de músicas mestiças.


sexta-feira, 13 de novembro de 2009

cabelos, 24 horas

benin, 2008
foto: arlete soares

os salões de beleza são os lugares mais fechados para os não africanos. os cuidados corporais reúnem mulheres de diferentes gerações durante horas a fio. esses salões que podem ser em estradas, mercados, calçadas, embaixo de árvores ou em ateliês são sempre anunciados com placas de madeira pintados à mão que exibem uma variedade de trançados e modelos de corte.


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

stomp em salvador

salvador, 2008

o stomp vem da inglaterra. o grupo de dança usa o corpo e objetos cotidianos para criar performances teatrais percussivas.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

patchwork beninense


abomey, benin, 2008

a tecelagem é uma atividade de grande importância no benin (antigo reino do daomé). as matrizes podem ser propriedade da realeza e a reprodução de seus patchworks fica a cargo de tecelãs das famílias de reis. atualmente é produzida também para consumo turístico.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

poesia moçambicana



“Eu devia ter nascido no Brasil. Porque o Brasil teve uma influência tão grande que, em menino eu cheguei a jogar futebol com o Fausto, o Leônidas da Silva, o Pelé. Mas nós éramos obrigados a passar pelos autores clássicos de Portugal. Numa dada altura, porém, nós nos libertamos com a ajuda dos brasileiros. E toda a nossa literatura passou a ser um reflexo da Literatura Brasileira. Quando chegou o Jorge Amado, então, nós tínhamos chegado à nossa própria casa" (José Craveirinha, poeta moçambicano. Fonte: O Estado de São Paulo, 5 abril, 2008).

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

o que é ser um cineasta africano?


"durante séculos nos foi negada a condição humana. e é para contar ao mundo que nós somos humanos que nós fazemos filmes. é por isso que as imagens são tão importantes para nós".
med hondo, "cineasta africano", nascido na mauritânia.
comunicação oral, salvador , 4 de novembro de 2009

terça-feira, 3 de novembro de 2009

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Neguinho do Samba, rei do samba-reggae!

banda didá no cortejo fúnebre

tambores de luto

A imagem de Neguinho do Samba regendo a bateria do Olodum no Pelourinho para a performance de Michael Jackson, em They don´t care about us, foi uma das cenas mais acessadas do planeta no ano de 2009. Triste coincidência; estrondosa revelação da importância do mestre baiano para a música mundial.

Neguinho do Samba assinou o arranjo que fez dançar o corpo mágico do rei do pop, morto em junho. Mas esta não foi sua maior façanha. Desde os anos 1980, a música da Bahia está ligada ao seu nome, ao seu ouvido, aos seus gestos.

O maestro é a imagem grandiloqüente de um momento maior da história da música baiana-brasileira: a invenção do samba-reggae - um estilo percussivo que se caracteriza pela recriação de sonoridades afro-americanas e se tornou a marca dos blocos afro.

Neguinho do Samba é a espinha dorsal desta forma de produzir som que renovou a musicalidade baiana. Isso incluiu tanto a modificação de instrumentos percussivos quanto a forma de tocá-los. Certamente nem é possível mensurar todos os feitos do Mestre, mas a presença das mulheres no mundo da percussão é uma das suas conquistas mais vigorosas.

Quem desce e sobe a Rua João de Deus no Pelourinho, já está acostumado a ouvir o samba-reggae que soa no sobrado 19. A velha casa abriga a sede da Escola de Música Didá,– que, pedindo licença à tradição, constituiu e consolidou um espaço feminino no mundo da percussão.

Feito por mulheres ou por homens, o samba-reggae enviou sinais para os quatro cantos do mundo. Estamos de luto e o “atlântico negro” ergue-se menos musical no porto de Salvador da Bahia.


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