culturas negras no mundo atlântico



sound system em salvador; luta de arena em dakar; performances no harlem, ny; carnaval em londres; cafés literários na martinica; emancipation celebration em trinidad; salões de beleza afro em paris; artes visuais em luanda; festival de vodum em uidá. a terceira diáspora é o deslocamento virtual de signos - discos, filmes, cabelos, slogans, gestos, modas, bandeiras, ritmos, ícones - provocado pelo circuito de comunicação da diáspora negra. potencializado pela globalização eletrônica e pela web, coloca em conexão digital os repertórios culturais de cidades atlânticas. uma primeira diáspora acontece com os deslocamentos do tráfico de africanos; uma segunda diáspora se dá pela via dos deslocamentos voluntários, com a migração e o vai-e-vem em massa de povos negros. diásporas_estéticas em movimento.
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quem sou eu

Minha foto
antropóloga, viajante e fotógrafa amadora, registro cenas do cotidiano em cidades negras das américas do norte e do sul, caribe, europa, áfrica e brasil, sobre as quais pesquiso, escrevo e realizo mostras audiovisuais. meu porto principal é salvador da bahia onde moro. Goli edits the blog www.terceiradiaspora.blogspot.com from Bahia Salvador, is a traveller and amateur photographer who recorded scenes of daily life in the atlantic cities about which she writes and directs audiovisual shows. She has a post-doctorate in urban anthropology and is the author of the book "The Plot of the Drums - african-pop music from Salvador" and "Third Diaspora - black cultures in the atlantic world".

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

negritude

“Não se trata mais de cantar, mas de agir a negritude. É preciso equipar e agir a negritude que deve ser um conceito operacional, um motor coletivo” (Joseph KI-ZERBO, Regards sur la societé africaine, Panafrika, Dakar, 2008, p. 12).

“O tigre não proclama sua tigritude. Ele salta sobre a presa e a devora” (Wole SOYINKA, 1962, prêmio Nobel de literatura apud Les arts premiers – reflets sauvages d´Occident. Toulouse, Éditions Milan, 2007, p. 16)


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

vida de baye fall

dakar, 2009

Os baye fall são personagens bastante comuns nas ruas de Dakar, onde passam dias e noites pedindo a caridade das pessoas. Eles são uma dissidência do mouridismo - um tipo de islamismo que desafiou a colonização francesa e se desenvolveu em Gâmbia e no Senegal. Os baye fall [termo wolof] só trabalham em suas comunidades, casam entre si (as mulheres são yaye fall), não crêem em Maomé como profeta e seguem apenas o marabu Cheickh Ibra Fall, o sacerdote criador da confraria, dedicam-se a oração e ao jejum e adotam um figurino particular.


luanda pop

foto de kiluanji, kixima remix, 2008

“Luanda, ilustração viva do conceito de Caos e de Metamorfose, é em vários aspectos emblemática. Símbolo de uma África que tem ainda de lutar para afirmar sua liberdade e autonomia, Angola tem vindo a recompor-se. O Luanda pop é uma metáfora que dá nome a esta sede de se inscrever no mundo. Não se trata aqui de confinar este movimento num determinado espaço geográfico, antes pelo contrário. Trata-se, pela experiência que se constrói diante de nós, de escrever mais um capítulo. Trata-se de, enquadrando o movimento numa perspectica temporal, interligar os primeiros impulsos que desenharam os contornos de uma África possível, trata-se de afirmar, contrariamente ao que muitos pensam ou dizem, que o continente não é um espaço imóvel, nem o coração das trevas. A África é jovem.”

(Simon Njami. “A comoção de ser visto”. Luanda / suave e frenética1. Catálogo da exposição da abertura da II Trienal de Luanda no Brasil, Curadoria: Fernando Alvim. Solar Ferrão, Salvador, Nov. 2009).


terça-feira, 24 de novembro de 2009

desafiando fidel

o blog www.desdecuba.com/generationy da cubana yoani sanchez, nascida em havana em 1975, tem desafiado a censura da ilha com milhões de acessos mensais. segundo barack obama em entrevista concedida a yoani: "Seu blog oferece ao mundo uma oportunidade única para as realidades da vida cotidiana em Cuba. É revelador que a Internet tem, desde que você e outros corajosos blogueiros cubanos, sido uma saída para se expressar tão livremente, e aplaudo o seu esforço coletivo para capacitar compatriotas para expressar-se através do uso da tecnologia". ela combate pelo livre acesso dos cubanos à web. seu blog está repleto de filmes que mostram a vida cotidiana em havana. a editora contexto publicou os posts.

Ntozake Shange, amplamente americana


"Para Ntozake Shange, o Brasil não se resume nem a uma atração turística, nem a um ponto da diáspora africana. Mais que exotismo, beleza, história ou romance, o Brasil está no espírito da música que inspira seu trabalho, que toma posse do seu corpo e lhe dá movimento e ritmo. Na obra de Shange, cabeça e corpo se unem: a política e a dança são parte do mesmo todo, sem hierarquia ou discriminação. Ela própria insiste que "é preciso que se entenda que, quando faço teatro, o Haiti está em minha cabeça, mas é o Brasil que está nos meus quadris". Se o Haiti lhe dá inspiração e garra por seus grandes heróis e a memória da resistência revolucionária, o Brasil move seu corpo e seu espetáculo, emprestando força e beleza à luta na diáspora. De maneira geral, o interesse manifestado por pesquisadores e escritores negros dos Estados Unidos pelas coisas do Brasil faz parte da tentativa de reconstruir o passado e afirmar a identidade negra. Ao cruzar a fronteira e narrar sua viagem, Ntozake Shange resignifica sua história pessoal, racial, nacional, e nossa própria história, se traduz e nos traduz em seu teatro amplamente americano".
(Stelamaris Coser, Cruzando fronteiras: o Brasil nos versos de Ntozake Shange, 2004).


domingo, 22 de novembro de 2009

celebrando a consciência negra

iraque, jovem soteropolitano, celebrando a consciência negra a caminho da praça castro alves, na trigésima caminhada de salvador em 20 de novembro.
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

cores de saint louis



saint louis, cidade colonial do norte do senegal, próxima a fronteira com a mauritânia na áfrica ocidental foi a primeira capital do império colonial francês. hoje é considerada a cidade do jazz.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

remestiçando salvador


museu du ritmo, salvador, 2009

mariela santiago de salvador da bahia e mounira mitchala de ndjaména (capital do chade), durante suas performances no festival de músicas mestiças.


sexta-feira, 13 de novembro de 2009

cabelos, 24 horas

benin, 2008
foto: arlete soares

os salões de beleza são os lugares mais fechados para os não africanos. os cuidados corporais reúnem mulheres de diferentes gerações durante horas a fio. esses salões que podem ser em estradas, mercados, calçadas, embaixo de árvores ou em ateliês são sempre anunciados com placas de madeira pintados à mão que exibem uma variedade de trançados e modelos de corte.


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

stomp em salvador

salvador, 2008

o stomp vem da inglaterra. o grupo de dança usa o corpo e objetos cotidianos para criar performances teatrais percussivas.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

patchwork beninense


abomey, benin, 2008

a tecelagem é uma atividade de grande importância no benin (antigo reino do daomé). as matrizes podem ser propriedade da realeza e a reprodução de seus patchworks fica a cargo de tecelãs das famílias de reis. atualmente é produzida também para consumo turístico.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

poesia moçambicana



“Eu devia ter nascido no Brasil. Porque o Brasil teve uma influência tão grande que, em menino eu cheguei a jogar futebol com o Fausto, o Leônidas da Silva, o Pelé. Mas nós éramos obrigados a passar pelos autores clássicos de Portugal. Numa dada altura, porém, nós nos libertamos com a ajuda dos brasileiros. E toda a nossa literatura passou a ser um reflexo da Literatura Brasileira. Quando chegou o Jorge Amado, então, nós tínhamos chegado à nossa própria casa" (José Craveirinha, poeta moçambicano. Fonte: O Estado de São Paulo, 5 abril, 2008).

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

o que é ser um cineasta africano?


"durante séculos nos foi negada a condição humana. e é para contar ao mundo que nós somos humanos que nós fazemos filmes. é por isso que as imagens são tão importantes para nós".
med hondo, "cineasta africano", nascido na mauritânia.
comunicação oral, salvador , 4 de novembro de 2009

terça-feira, 3 de novembro de 2009

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Neguinho do Samba, rei do samba-reggae!

banda didá no cortejo fúnebre

tambores de luto

A imagem de Neguinho do Samba regendo a bateria do Olodum no Pelourinho para a performance de Michael Jackson, em They don´t care about us, foi uma das cenas mais acessadas do planeta no ano de 2009. Triste coincidência; estrondosa revelação da importância do mestre baiano para a música mundial.

Neguinho do Samba assinou o arranjo que fez dançar o corpo mágico do rei do pop, morto em junho. Mas esta não foi sua maior façanha. Desde os anos 1980, a música da Bahia está ligada ao seu nome, ao seu ouvido, aos seus gestos.

O maestro é a imagem grandiloqüente de um momento maior da história da música baiana-brasileira: a invenção do samba-reggae - um estilo percussivo que se caracteriza pela recriação de sonoridades afro-americanas e se tornou a marca dos blocos afro.

Neguinho do Samba é a espinha dorsal desta forma de produzir som que renovou a musicalidade baiana. Isso incluiu tanto a modificação de instrumentos percussivos quanto a forma de tocá-los. Certamente nem é possível mensurar todos os feitos do Mestre, mas a presença das mulheres no mundo da percussão é uma das suas conquistas mais vigorosas.

Quem desce e sobe a Rua João de Deus no Pelourinho, já está acostumado a ouvir o samba-reggae que soa no sobrado 19. A velha casa abriga a sede da Escola de Música Didá,– que, pedindo licença à tradição, constituiu e consolidou um espaço feminino no mundo da percussão.

Feito por mulheres ou por homens, o samba-reggae enviou sinais para os quatro cantos do mundo. Estamos de luto e o “atlântico negro” ergue-se menos musical no porto de Salvador da Bahia.


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

atlântico negro

Spike Lee - Agora, eu queria perguntar uma coisa. É verdade que o Brasil está começando uma ação afirmativa?
Marilene Felinto - Acho que estão tentando algo nesse sentido. Espero que façam à brasileira, sem imitar a americana.

Lee - Qual a seria a diferença?
Felinto - Nossa realidade étnica é diferente. No Brasil nunca tivemos segregação.

Lee - Mas qual é a diferença? Não há. O racismo é o mesmo.
Felinto - Não é o mesmo. Segregação gera ódio. Aqui vocês têm ódio uns dos outros, da cor da pele.

Lee - E não é por ódio que somente 2% dos negros frequentam a universidade no Brasil?
Felinto - Isso é diferença de classe social, herança da escravidão, ignorância. É tudo menos ódio.

Lee - E escravidão não é ódio? É ignorância?
Felinto - Ódio é eu acenar para um táxi em Nova York e o motorista não parar porque acha que sou negra. Isso não aconteceria comigo no Brasil.

Lee - Você está transformando a discussão em questão semântica.
Felinto - Você é que está. Eu apenas não concordo com seu ponto de vista. Além do mais, eu frequentei a universidade.

Lee - Pois eu quero te dizer que você teve foi muita sorte.

(Jornalista Marilene Felinto entrevista Spike Lee em Nova York ou o contrário In. Folha Mundo, SP, 18/10/2001)

sábado, 24 de outubro de 2009

sábado, 17 de outubro de 2009

brasil-benin

brasileiros retornados ao benin no sec. 19.
museu da silva, porto novo, 2008

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

árvores sagradas


jardim de alá, salvador, 2009

a luta contra a intolerância religiosa toma contornos estéticos nas ruas de salvador.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

gentes

nova york, harlem
a comunidade negra dos eua é formada por cerca de 37 milhões de pessoas, cerca de 12% da população do país.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

diáspora, denso termo

Diáspora é palavra grega conhecida no séc.V antes de cristo em Sófocles e Heródoto. Mais tarde, a palavra aparece no Novo Testamento da tradição cristã, no qual a igreja aparece como uma comunidade dispersa de peregrinos à espera de retorno à cidade de deus. Seu uso quase desapareceu no séc. IV para ressurgir na época da reforma e da contra-reforma no séc. XVI quando descreve as minorias protestantes. Para compreender a popularização do termo no curso da segunda metade do século XX é fundamental se voltar para 2 exemplos: a diáspora judaica e a diáspora negra. Para alguns estudiosos o povo judeu representa a experiência diaspórica clássica, em razão da sua capacidade de preservar sua integridade etno-religiosa, a despeito de seus 2 mil anos de existência sem exercer poder político próprio em sua terra de origem (até 1948 com a criação do Estado de Israel). Mas no século XIX e início do séc. XX pensadores como Du Bois, Edward Blynden e Frantz Fanon estabeleceram paralelos entre as dispersões judaica e africana. Segundo eles, judeus e africanos estão ligados pelo papel da África na história judaica, fortemente ligada ao Egito. Esses primeiros pensadores não usaram o termo diáspora para falar da experiência negra. O termo, neste contexto, só aparece em artigos acadêmicos na metade dos anos 1960, e então passou a ser utilizado por intelectuais influentes como Paul Gilroy e Stuart Hall. Atualmente faz parte da linguagem de ativistas negros e é largamente utilizado em todas as mídias. A ideia daquilo que é a diáspora tornou-se "difusa". Para John Peffer, "entre os mais jovens membros das comunidades da diáspora, as práticas culturais e as formas de auto-identificação são mais cosmopolitas e têm uma inflexão mais globalizante como nunca antes”.


sábado, 3 de outubro de 2009

em dakar



fotos: arlete soares
dakar, 2009


feira do pau

maputo, 2007

a feira do pau é pequenina e mansa. os artesãos explicam com cuidado suas técnicas. há pentes, bonecas, travesseiros. o ébano domina. há uma docilidade que vem talvez pela língua, pelos modos, pela arquitetura familiar do bairro que se chama baixa. é uma zona financeira que muito lembra o comércio em salvador da bahia. aos sábados ganha paisagem mais africana quando os mercadores se instalam no chão da área em frente a um forte português para mercar em várias línguas. ensaio francês e inglês para negociar peças do congo e do zimbábue e constato que maputo é cosmopolita.


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

india in trinidad



chaguanas, trinidad, 2008

a população de trinidad é composta sobretudo de negros e indianos. as mesclas indo-afro-caribenhas estão em toda parte. no município de chaguanas, ao sul de port of spain, roupas, alimentos e músicas indianas revelam a faceta oriental do universo caribenho.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

fragmentos africanos

"Quando se fala em tradição africana, nunca de deve generalizar. Não há uma África, não há um homem africano, não há uma tradição africana válida para todas as regiões e todas as etnias. Mas claro há grandes constantes". Hampaté Ba, Aspects de la civilisation africaine,1972, p. 32

“Nós devemos ser o centro de nós mesmos e não a periferia dos outros” Joseph KI-ZERBO, Regards sur la societé africaine, 2008, p. 9.

“Quando os brancos vieram para a África, nós tínhamos a terra e eles, a Bíblia. Eles nos ensinaram a rezar de olhos fechados. Quando os abrimos, os brancos tinham a terra e nós, a Bíblia”. Jomo Kenyata, ex-presidente do Quênia. Imagens que contam o mundo, 2007, p. 60.

parte 1


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

corpo e voz


salvador da bahia, passeio público, 2009

em salvador da bahia, papy ebotani, coreógrafo congolês, encena com atores baianos, o espetáculo parlement debout (parlamento em pé), evento típico das ruas de kinshasa onde mora. a partir de jornais expostos à leitura coletiva, pessoas discutem e falam ouvindo ou não outras vozes enquanto desafiam o “perigo” da livre expressão.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

ministereo, dancehall





ladeira da montanha, cenário antigo. na cidade baixa, próximo ao cais do porto, na boite zauber, pessoas curtem a música jamaicana do ministereopublico. o primeiro soundsystem de salvador da bahia, dedica essas noites ao dance hall, um estilo dançante - bastante distanciado do viés político religioso do reggae. vertente vigorosa, floresceu na ponte kingston- londres, e irrompe em salvador em nicho visceral e cosmopolita.


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

fragmentos caribenhos

“Tendo sido preparado pela educação colonial (na Jamaica), eu conhecia a Inglaterra de dentro. Mas não sou nem nunca serei inglês. Conheço intimamente os dois lugares, mas não pertenço completamente a nenhum deles. E esta é exatamente a experiência diaspórica, longe o suficiente para experimentar o sentimento de exílio e perda, perto o suficiente para entender o enigma de uma ‘chegada’ sempre adiada”. Stuart Hall, Da diáspora, 2002, p. 415.

“Não é o mundo negro que dita minha conduta. Minha pele negra não é depositária de valores específicos”. Frantz Fanon. Pele negra, máscaras brancas, 2008, p. 188.

“Estamos juntos desde muy lejos, jóvenes, viejos, negros y blancos, todo mezclado; uno mandando otro mandado, todo mezclado;”. Nicolás Guillén, apud Benjamin Abdala Júnior, in De vôos e ilhas, 2003, p.89

parte 1


terça-feira, 15 de setembro de 2009

no dique sagrado




o abraço no dique do tororó é um evento religioso do terceiro milênio. realizado em salvador da bahia, põe em pauta a intolerância religiosa praticada contra os adeptos do candomblé. reunindo centenas de sacerdotisas, sacerdotes, ativistas e simpatizantes, o evento reafirma a sacralidade do lago onde se vêem os orixás do panteão baiano.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

medina de dakar



fotos: arlete soares

os centros antigos das cidades islâmicas são chamados de medina. na medina de dakar vê-se artesãos em vários ofícios e centenas de mesquitas freqüentadas por uma população 90% mulçumana.


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

fragmentos brasileiros

“Negro é, na Diáspora, todo descendente de negro-africanos, em qualquer grau de mestiçagem”. Nei Lopes. In Enciclopédia brasileira da diáspora africana, 2004, p. 20

“Nós somos o único país do mundo que admitiu, aceitou e incentivou a mestiçagem como um mérito. (...) Aqui a mestiçagem nunca foi crime. Nem pecado. Ainda hoje ela se realiza amplamente. Às vezes temos a ilusão de que mestiçamos tanto que o negro vai deixar de ser negro. É bobagem. Na medida em que o branco embranquece o negro, o negro negretiza o branco”. Darcy Ribeiro. In Invenção do Brasil, 2000, p. 18

“Eu me descobri e me reiniciei na África. Lá, em um festival de arte, encontrei Gilberto Gil, que me falou da busca de raízes. Discordei dele que fora buscar as suas. Disse a ele: Suas raízes estão na Bahia. Somos diferentes. Temos, como negros, coisas substancialmente diferentes; até o candomblé, a oralidade. O que veio da África pra cá tornou-se nosso”. Emanoel Araújo. InRevista Mag, 2006,p. 89

parte1

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